EROSÃO DO SOLO

De todos os recursos naturais existentes no planeta, o solo é um dos mais instáveis quando modificado, ou seja, quando sua camada protetora é retirada.
Uma vez modificado, para cultivo ou desprovido de sua vegetação originária têm início a erosão, capaz de remover mil vezes mais material do que se este mesmo solo estivesse coberto. Por ano o Brasil perde aproximadamente 500 milhões de toneladas de solos através da erosão.

O que é a Erosão?
É um fenômeno natural provocado pela desagregação de materiais da crosta terrestre pela ação dos agentes exógenos, tais como as chuvas, os ventos, as águas dos rios, entre outros. Essas partículas que compõem o solo são deslocadas de seu local de origem, sendo transportadas para as áreas mais baixas do terreno.
É comum classificar a erosão em quatro grandes grupos: erosão hídrica, erosão eólica, erosão glacial e erosão organogênica. No entanto, erosões antrópicas de origem hídrica geradas pela chuva, são mais comuns no meio rural, sendo assim, vamos entendê-la melhor. De acordo com o seu estagio de evolução podemos classificar a Erosão Hídrica em em: Erosão laminar, erosão em sulco e voçoroca.
A erosão superficial surge do escoamento da água que não se infiltra. Ela está associada ao transporte das partículas ou agregados que são desprendidos do maciço pelo impacto das gotas da chuva ou arrancados pela força atrativa desenvolvida entre a água e o solo. A densidade, bem como a velocidade do escoamento, a espessura da lâmina d’água e, principalmente, a inclinação da vertente do relevo vão influir diretamente no poder erosivo da água e sua capacidade de transporte.
Praticas da agricultura convencional como o revolvimento do solo antes do cultivo desagrega-o, facilitando o carregamento dos minerais pela água das chuvas. A perda de milhares de toneladas de solo agricultável todos os anos, em consequência da erosão, é um dos mais graves problemas enfrentados pela economia agrícola. O processo de formação de novos solos, como resultado do intemperismo das rochas, é extremamente lento, daí a gravidade do problema. É importante entendermos que  toda atividade agrícola favorece o processo erosivo, mas algumas culturas facilitam-no mais que outras.




COMO EVITAR A EROSÃO

Alguns cuidados devem ser tomados para que a Erosão não ocorra:

- Em áreas muito declivosas o plantio pode ser feito em curvas de nível e terraceamento;
- Plantações que necessitam de arações anualmente devem ser cultivadas em áreas planas;
- Durante a capinação, a planta deve ser roçada e jamais arrancada do solo, que deverá ficar coberto por uma vegetação morta, que servirá de proteção ao solo;
- A rotação de cultura é um importante processo que previne a erosão;
- As máquinas agrícolas devem ser utilizadas de maneira consciente, sem exageros, pois quando usadas de maneira inadequada facilitam o processo erosivo;
- Cultivar gramas nos taludes das estradas também ajuda a evitar a erosão.



Fontes:

CAMAPUM de CARVALHO, J.C., et al.. Processos Erosivos no Centro Oeste Brasileiro. Editora FINATEC, 2006.

 http://www.portalsaofrancisco.com.br/alfa/meio-ambiente-solo/erosao-5.php#ixzz1vS4vZnTl


Planejamento de um Sistema de Rotação de Culturas


A escolha de um melhor sistema para um sistema de rotação de culturas deve levar em conta o principal objetivo da propriedade.

Se o objetivo é a cobertura do solo e suprimento inicial da palha devem ser usadas espécies que produzam bastante massa seca e que sejam de decomposição mais lenta.

Deve-se considerar também o preço das sementes para compra e o preço para venda dos grãos. Terá de ser considerado também o ciclo e hábito de organismos causadores de doenças se o objetivo for a minimização de doenças.

 

Exemplos de sucessões:

 

- Aveia preta - Milheto - Soja (para produção de palha).

 

- Aveia - Soja - Nabo forrageiro - Milho (para elevada reciclagem de nutrientes K e N para o milho).

 

- Rotação Soja-soja-milho ou soja (2/3) e milho (1/3) (para controle de doenças na soja).

 

- Nabo forrageiro-milheto na primavera - Soja (boa descompactação superficial do solo, alta produção de palha reciclagem de potássio e controle de invasoras).

 

- Soja-girassol safrinha - Milho (bom para produtividade do milho e estruturação do solo).

 

 

Referência:

Tecnologias de Produção de Soja Região Central do Brasil 2004 Disponível em: http://www.cnpso.embrapa.br/producaosoja/manejo.htm

VÍDEO – Programa Record Rural falando sobre Rotação de Culturas


Assista ao vídeo do programa Record Rural, da Rede Record, falando sobre a importância dos sistemas agrosilvipastoris e da rotação de culturas.
 
O vídeo foi gravado em um dia de campo promovido pela Embrapa Gado de Corte.


Efeito da Rotação de Culturas sobre a Qualidade do Solo


1.Qualidade física do solo
A qualidade física do solo é um dos principais fatores que determinam a produtividade das culturas, porque influencia diretamente sobre o crescimento e desenvolvimento das plantas. A compactação é vista como a principal causa da degradação da qualidade física do solo, provocando o aumento da sua densidade e resistência a forças exercidas sobre ele e também diminuindo os espaço existente para o armazenamento de água, chamada porosidade. Essa condições limitam o crescimento das raizes das plantas, diminuído também a disponibilidade de água e oxigênio, reduzindo consequentemente a produtividade especialmente quando há excesso ou falta de água no solo.
A rotação de culturas é importante pois ajuda na descompactação do solo, já que cada tipo de cultura possui um sistema de raizes especifico que vai atuar de diferentes formas sobre o solo, melhorando suas características.

2. Qualidade química do solo
A rotação de culturas possibilita um aumento de material verde que em conjunto com o sistema de plantio direto aumenta os teores de matéria orgânica do solo. O aumento da matéria orgânica do solo provoca  a melhoria da estrutura do solo, principalmente por meio da formação e estabilização de torrões, fornecimento de nutrientes para as culturas, retirada de elementos tóxicos do solo, como alumínio e aumento da matéria verde e também  da atividade biológica do solo, ou seja dos micro-organismos responsáveis pela decomposição da matéria orgânica do mesmo.
A rotação de culturas possibilita ainda a combinação e alternância de plantas com diferentes exigências nutricionais e habilidades de absorção de nutrientes. Assim aqueles nutrientes que não são absorvidos por uma determinada planta podem ser absorvidos por outras espécies.

3. Qualidade biológica do solo
Os micro-organismos são muito importantes no solo devido as suas funções diversas como: ciclagem e reciclagem de nutrientes, decomposição de materiais orgânicos e incorporação destes a parte orgânica do solo, formação e estabilização de torrões, controle de organismos que possam provocar doenças e fixação de Nitrogênio. Essas funções são fundamentais para a qualidade do mesmo.
O sistema plantio direto junto com a rotação de culturas exerce efeitos positivos sobre a comunidade microbiana do solo quando comparado ao preparo convencional resultando em maiores valores de Carbono e Nitrogênio da constituição dos microorganismos. 

 Figura 1 - Solo com boa qualidade física, química e biológica, função do sistema plantio direto com a rotação de culturas.

Referência:
Informações Agronômicas. IPNI, nº 134, junho/2011.

Rotação de Culturas


A prática da monocultura combinada com o preparo inadequado do solo, provocam a erosão e degradação do solo que estão entre as principais causas da baixa produtividade das culturas. Os seguintes fatos são responsáveis por essa situação:
- aumento de doenças e pragas específicas;
- aumento de plantas daninhas;
- diminuição da disponibilidade de nutrientes;
- diminuição do sistema radicular;
- acumulação de substâncias tóxicas que inibem o crescimento.
 Para reverter este quadro aconselha-se a adoção da prática de rotação de culturas (CORDEIRO, 1999).
A rotação de culturas consiste em alternar periodicamente espécies vegetais num mesmo local e segue os seguintes princípios:
- devem ser alternadas plantas com diferentes habilidades de absorver os nutrientes do solo ou que formem raízes que alcancem diferentes profundidades;
- cultivos alternados com plantas suscetíveis e resistentes a determinada praga ou doença;
- cultivo alternado de espécies que considere o efeito positivo e negativo de um cultivo sobre o seguinte;
 alternância entre o cultivo com uma espécie que provoque o esgotamento do solo com outra que promova a recuperação da fertilidade do mesmo;
-  alternância de espécies com diferentes necessidades de mão-de-obra, máquinas e implementos, água, etc., em épocas diferentes (DERPSCH, 1998).
Uma das premissas da rotação de culturas é o planejamento antecipado e estratégico a nível de propriedade. Deve haver uma ordem cronológica para a época de semeadura das diferentes espécies para assim permitir a máxima expressão do potencial das mesmas tanto em produção de grãos, como em cobertura, fitomassa e ciclagem e/ou fixação de nutrientes. A cultura escolhida deve ter ao mesmo tempo propósitos comercial e de recuperação dos solos (FIORIN, 1999).
Entende-se que não existe uma espécie adequada nem um sistema de rotação de cultura que seja ideal. Existem alternativas que devem ser arranjadas em uma sequência apropriada e prática (FIORIN, 1999).

 Figura 1- Solo sempre coberto com diferentes materiais

Referências:

CORDEIRO, L.A.M. A importância da rotação de culturas para o sistema plantio
direto.In: II Seminário sobre o sistema plantio direto na UFV. Anais... Viçosa, MG,
1999. p.165 – 190.

DERPSCH, R. Importância de los abonos verdes y La rotación de cultivos em El sistema de siembra directa. In: Encontro Nacional de Productores em Siembra Directa, 3, Obligado, Itapuá, Paraguay, 1998. APASCU, Paraguay. p.71-102

FIORIN, J. E. A rotação de culturas e as plantas de cobertura do solo. Informativo Fundacep. Ano VI, Nº02, Abril/1998. 8p.

Plantio Direto e a Sustentabilidade Agrícola

O Plantio Direto e seus Adeptos


   A prática do plantio direto surgiu com a necessidade de reduzir erosão do solo, de aumentar a produtividade, baixar custos e aumentar a qualidade da água e de outros recursos naturais. Hoje, esta é uma prática generalizada, principalmente por seus inúmeros benefícios e vantagens.
   Algumas razões podem ser justificadas para o rápido crescimento do Plantio Direto na América Latina:
- Controle eficiente e econômico;
- Conhecimentos adequados, claros, transmitidos ao agricultor;
- Ampla utilização de adubos orgânicos (mais resíduos de plantas, menor incidência de plantas daninhas);
- Única tecnologia de preparo conservacionista recomendada;
- Não houve rejeição por parte dos produtores;
- As informações são práticas, sem segredos.
   

   Importância do Plantio Direto para a Sustentabilidade:


- Globalização (melhores agricultores);
- Consumidor consciente;

- Consciência ambiental; 

- Conhecimento de tecnologias, clima, mercado, informações, agricultura de precisão...;
- Profissionalização do agricultor devido ao trabalho com mais de uma cultura;
- Menos trabalho: não exige muitas horas de trabalho do operador e da máquina, comparado ao plantio convencional;
- Economia na mão-de-obra e tempo necessário para o cultivo, plantio, etc...;
- Retorno econômico: menos gastos de combustíveis, máquinas e adubação menos frequente;
- Ambientalmente correto: menor degradação do solo, evita erosão, favorece ação de microorganismos, minhocas, etc.;

15 Anos com Plantio Direto:


- 1 Bilhão de tonelada de solos preservados;
- 11 Bilhões de dólares deixaram de ser gastos;
- 500 Milhões de toneladas de gás carbônico foram sequestrados;
- 1,3 Bilhões de litros de combustível foram economizados;


Então, o plantio direto não é uma evolução na agricultura?
Plantio Direto: Semeadura feita sobre palhada da cultura anterior.



Plantio Convencional: Grande revolvimento do solo, semeadura sobre solo descoberto.

Qual das práticas é mais sustentável?