FORMAÇÃO DE VOÇOROCAS

Solos com vegetação escassa que não mais protege o solo, tornam-se cascalhentos e suscetíveis de carregamento por enxurradas, geralmente estão associados ao uso inadequado do solo, ao substrato geológico, ao tipo de solo, às características climáticas, hidrológicas e ao relevo. O desenvolvimento das ravinas e voçorocas descrito na literatura brasileira é geralmente atribuído a mudanças ambientais induzidas pelas atividades humanas.

Erosões do tipo voçorocas podem chegar a vários metros de comprimento e de profundidade, devido ao fluxo de água que é possibilitado em seu interior, causando uma grande movimentação de partículas. Algumas voçorocas podem chegar até mesmo ao nível do  lençol freático do local onde ocorrem.

PREVENÇÃO
A melhor forma de combate ao problema da erosão é a prevenção. As medidas preventivas consistem da adoção de um planejamento prévio em qualquer atividade ligada ao uso do solo. O objetivo desse planejamento é dividir a propriedade de acordo com sua aptidão agrícola de maneira que se logre a melhor utilização possível dessas. Métodos conservacionistas são os mais indicados, sendo mais utilizados aqueles que empregam rotações de cultura, cultura em faixas, culturas de cobertura e o cultivo em curvas de nível.

METODOLOGIAS PARA CORREÇÃO
A necessidade de controle dos processos erosivos advém da não adoção de medidas preventivas ou da adoção de medidas preventivas inadequadas. É importante destacar que o controle de erosões é geralmente muito mais oneroso que a simples prevenção.
A metodologia escolhida para correção da voçoroca assim como os custos envolvidos no processo irão depender do destino que se pode dar a essas terras atingidas. As seguintes medidas podem ser tomadas:
A.      Aterros transversais: Voçorocas pequenas ou médias, os espaços entre os aterros irão depender do declive das voçorocas, se limita a áreas aonde se deseja reter acima dos aterros a maior parte do deflúvio.
B.      Desvio das águas de superfície: Aplica-se a voçorocas de todos os tamanhos, o escoamento superficial é desviado da cabeceira da voçoroca, deve-se considerar cuidadosamente a evacuação para não produzir novo voçorocamento, sendo assim utiliza-se canal de derivação revestido.
Fonte: Site da Embrapa.
C.      Proteção das Cabeceiras:  Se o terreno for bastante declivoso, e se a bacia alimentadora apresentar áreas de pastagens e matas pode-se utilizar desvio. Deve-se isolar locais de pastagens através de cercas, quando for o caso.
D.     Revestimento Vegetal: Após o isolamento da área, se não houver perturbações, começará aparecer vegetação, a recuperação natural levará bastante tempo até atingir equilíbrio, dependendo das condições ambientais e do solo. Primeiramente surgem as ervas daninhas (mato), essas preparam terreno para o estabelecimento da vegetação natural da região. Quando não ocorrer espontaneamente será necessário estabelecer artificialmente.
E.      Sistematização dos Taludes: Para facilitar o estabelecimento da vegetação as bordas da erosão devem ser rampadas, deste modo em pouco tempo as barrancas serão revestidas.
F.       Isolamento da Área de voçorocas: O isolamento da área do pastoreio de animais com cerca de arame, e a construção de aceiros, contra queimadas, são as primeiras atividades a serem realizadas para que se possa proteger a cobertura vegetal existente e a que futuramente será implantada através da revegetação. A área cercada deve ser maior que a voçoroca, se por exemplo, uma voçoroca tem 3 m de profundidade, a distância da cerca ao bordo mais próximo ao entalhe deve ser de 6 a 8 m, convémd eixar uma distancia maior na cabeceira da voçoroca, pois aí é máximo o perigo de erosão.
Barragem de arrimo (CARVALHO, 2006)
G.     Pequenas Barragens: Quando a voçoroca apresenta uma vala bem definida e com tendência a aprofundar-se é necessário criar varias pequenas barragens em degraus, cujo tipo depende dos materiais disponíveis podendo variar desde estacas de madeira até cimento armado.


REFERÊNCIAS

BIGARRELA, J.J. Estrutura e Origem das paisagens tropicais e subtropicais. Florianópolis: Editora da UFSC, 2003.
http://www.cnpab.embrapa.br/publicacoes/sistemasdeproducao/vocoroca/recuperacao.htm